domingo, 26 de abril de 2009

Luta contra obesidade infantil: agora vai?

A deputada Patrícia Lima (PL), pretende acabar com a festa da garotada das escolas de São Paulo. Ela apresentou um projeto bem ousado ao ponto de vista da meninada: proibir a venda de iguarias como famosa coxinha de frango, petiscos folheados de presunto e queijo, refrigerantes e até mesmo balinhas e chicletes em cantinas escolares. A aprovação do tal projeto só depende agora do governador José Serra.
O desespero bate na porta dos gordinhos, e os magrinhos também se preocupam. Agora só um lanchinho natural, um suco de laranja podem ser pedidos na hora do lanche. Os doces vão para o banco de reservas. As titulares absolutas serão as frutas. Uma maçã, banana, ou até mesmo um time completo: a tradicional salada de frutas. A revolta estudantil vai crescendo. Os estabelecimentos localizados dentro das escolas que descumprirem as regras serão multados. E o valor da multa não é nada baixo: ultrapassa a casa dos mil.
Pois é, os dias estão contados para os deliciosos salgadinhos. Mas eu me pergunto: será que esta iniciativa vai conseguir combater problemas como obesidade, diabetes entre outros. Quem vai garantir que a criança ou adolescente não vai levar um saquinho de batatas Elma chips e uma lata de Coca Cola na mochila. O projeto é bom e nada descartável. Porém, os pais vão ter que dar uma dura nos filhos também.
Para os mais desesperados, a cada esquina tem um bar que disponibiliza a venda da coxinha, do bauruzinho e os perigosos bolovos ( o senhor Paulo de um boteco de Piraporinha que o diga). Fico por aqui agora, apreciando meu bolinho de queijo e uma garrafa 600ml de Kuat.


Foto: Edilson Jr.


terça-feira, 14 de abril de 2009

Mamãe , quero ser Van Halen!

O ano de 97 foi conturbado (para a minha mãe). Nesta época eu entrava de cabeça no hard rock, e eu tinha apenas 7 anos. Comecei a ter um contato com a música em 96. Do lado paterno vinham as influências do sertanejo e das modas de viola, enquanto meus avós maternos me enchiam de Lps dos Pet Shop Boys, Munich Machine,Chico Buarque e New Order. Meus primos estavam entrando na onda do Rock' roll: Iron Maiden, Kiss, Helloween dentre muitas outras.
Em uma manhã de julho do histórico ano de 1997, minha mãe me levou para a casa da minha tia, onde me deixou aos cuidados do meu primo. Antes de sair com a minha tia ela disse: "Tome conta dele e não deixe ele chegar perto das escadas, (sim, eu era muito agitado e gostava de rolar uma escada). Recado dado.
Meu primo rapidamente me levou para o quarto do rock'n'roll, aonde havia um enorme acervo de discos. Primeiramente rolou no toca-discos o álbum Hotter than Hell, do Kiss. Em seguida ele me mostrou o clássico Fear of the dark (não é preciso citar o nome da banda). Pausa para o lanche. Confesso que nem queria mais um pãozinho com presunto e queijo, estava com fome de música.
Quando voltamos, foi apresentado para mim então um dos melhores álbuns de Hard rock de todos os tempos (perdendo apenas para o Jailbreak,do Ac/Dc), o 1984, do Van Halen. As faixas daquele disco penetraram em minha cabeça e não querem sair até hoje. A famosa capa do anjo com um cigarro na mão era mirabolante. Logo em seguida assisti um cassete, com apresentações da banda. As manobras de Dave Lee Roth, e Eddie Van Hallen fazendo solos estrondosos. Pronto, queria ser igualzinho guitarrista.
Minha mãe passou um ano tendo que fazer meus mimos. Até tive a fantasia do Eddie Van Halen para uma festinha, com direito a uma guitarrinha e tudo (faltou apenas os cigarros). Os parentes se preocupavam quando viam eu tocando air guitar pelo quintal, me acham hiperativo por demais. Mas eu adorava aquele Glam todo.
O que mais impressiona foi o meu interresse por guitarras nesta época. Eu tinha aproximação com a bateria, só que a esqueci por algum tempo.
Hoje a versão cd de 1984 tem lugar cativo na coleção. Como se diz por ai, voltar no tempo faz bem.

terça-feira, 7 de abril de 2009

A dançarina de tango

Ali está ela, sentada sozinha em uma mesa no canto mais escuro do salão. Parece estar entendiada, porém mantem uma postura soberba. Raramente olha para os lados, o olhar permanece fixo em apenas um ponto, mesmo assim fica difícil adivinhar o que tanto chama a a tenção de seus olhos.
Em um gesto rápido, ela puxa mais um cigarro e leva com sutileza a taça até sua boca. Com certeza deve ser um vinho fino, suave.
O rapaz que está mais perto arrisca chegar mais perto para convidá-la para uma dança. A tentativa foi em vão, mas valeu a pena, conseguiu ao menos arrancar um sorriso do rosto dela. Na radiola, tocava mais um samba que vinha seguido de uma bossa. O tédio parecia aumentar e o maço de cigarros já acabara. Ela então se inclinou um pouco a frente e debruçou os braços sobre a mesa, em busca de algo, algum entretenimento.
Uma milonga ecoou fortemente. Aquela figura, tão silente nas sombras, se levantou rapidamente, praticamente se oferecendo para dançar com algum qualquer que entendesse de tangos. Estava vestida com um vestido vermelho exuberante, que chamava a atenção de qualquer um.
Não custou muito para aparecer um pretendente. Um homem muito bem vestido, galante puxou ela, demonstrou firmeza e gentileza ao mesmo tempo. Uma dança profissional, passos belos no ritmo certo. Ao fim, cada um para o seu lado novamente. Ela apenas coloca um casaco e se vai, deixando na mesa apenas a caixa de cigarros vazia.