quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Voltando ao passado

Neste domingo que passou, o shopping abc, localizado na Pereira Barreto, Sto.André, me proporcionou uma viagem um tanto nostálgica. O destino da viagem era a minha infância.
Para todo final de ano, o shopping organiza decorações para o natal. Fazem de tudo para encher crianças de felicidade, ou até mesmo adultos, como foi meu caso.
Para festejar, o térreo do local está com uma apresentação. Pinguins mecanizados ficam cantarolando músicas natalinas. Ao ver aquilo, meus olhos se marejaram. No momento vi ali o meu passado e lembrei minha mãe gritando: "Não dá tempo de ver os bichinhos agora Alex!". Eu segurava o choro. As crianças tentavam acompanhar o ritmo balançando as cabeças e lentamente comecei a me mexer de um jeito parecido. Meu amor estava ao meu lado e perguntava o motivo de tanta emoção.
Parecia tão bobo a princípio, porém pintou aquela saudade de tempos que não voltam mais. Foi um dia especial, cheio de lembranças. Fazia tempos que não me sentia tão empolgado daquela maneira. Quantos sorrisos, quanta alegria. Me senti como uma criança de 5 anos novamente. Faltou apenas uma foto com os pinguins do papai noel.
No próximo final de semana estarei lá.

sábado, 22 de novembro de 2008

O sábado solitário

O dia de hoje parecia estar perdido. Não iria sair com o meu amor, me restando o exílio em casa. Na TV o mesmo de sempre, aquele programa O melhor do Brasil com Rodrigo Faro, se não o jogo do Corinthians. Minha mãe sairia com a minha irmã. Naquele momento bateu a tristeza e logo me veio a idéia de ligar para alguns amigos. Desisti. A idéia que ainda estava por vir seria perfeita.
Sozinho em casa e sem preocupações, fui tomar uma boa ducha quente. O dia estava chuvoso, o que deixava o clima perfeito. O par de chinelos de pelúcia já me aguardavam assim como o roupão de banho também. No barzinho de minha casa me aguardava um vinho Tinto, 1985. Peguei uma taça para apreciar a melhor das bebidas.
Me aconcheguei no confortável sofá e liguei o som. John Coltrane com seu maravilhoso jazz. Que maravilha. Não bastasse isso, em seguida tive o prazer de escutar Sinatra e Miles. Ainda deu tempo para escutar umas três faixas de Ray. Relaxante, prazeroso. Fiz de um sábado um espetáculo sem fim. Um espetáculo individual. Era eu,a música e o vinho.
Sábado que vem já muda. Sairei com meu amor, e etc. Quem sabe se repito a dose em outro final de semana.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Quantas lágrimas...

Um monte de coisas acontece a cada dia
temos que conviver com isso de nosso jeito,
existe muita miséria na tela, com comerciais no meio.
E os russos não serão tão tardios,
Tio Sam não gosta de esperar.
Não importa se você é branco ou negro, você nunca teve o direito.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Tango numa noite paulistana

Luzes baixas, para dar um tom de sensualidade, assim acompanhando o maravilhoso tango. Os casais assistem dançarinos contratados pela casa e esperam com ansiedade para poderem desfilar com seus passos na pista de dança. É assim uma noite de tango na terra da garoa.
A banda que está no palco vem com uma aparência séria, composta por um contra baixo, uma guitarra em tom acústico e um bandoneon. Eles ditam o ritmo.
A pista está aberta, alguns se levantam timidamente e arriscam algumas manobras do novo tango. A banda começa uma milonga, e um casal já experiente entra em cena, fazendo os olhos de muitos brilharem. Para os leigos restava apenas aplaudir ou se aventurar um pouco.
Hora do descanso, hora do jantar. Uma refeição que podia ser considerada "de luxo". Pratos exóticos vêm à mesa, junto com um vinho safra 60 ou um coquetel de frutas para quem prefere algo mais leve. Ao fundo, o maestro já é outro. Alberto Cabañas canta com sua voz forte e sútil ao mesmo tempo.
A noite se encerra com tangos mais velhos e um pouco de samba, uma tradição da casa Ópera.
Uma ótima noitada, recomendada principalmente para aqueles que são amantes da boa música, da boa dança.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Radiohead no Brasil, será ?


No começo da semana tive uma notícia agradável. Disseram que a grande banda Radiohead finalmente vai fazer shows no Brasil. De começo desconfiei. Já não é a primeira vez que surgem boatos de que a banda virá para terras tupiniquins. No fim os boatos não se tornam na feliz verdade e ficam só na mentira mesmo.
Porém parece que agora vai. Só resta esperar a confirmação para podermos ver a maravilhosa turnê do álbum In Rainbows, o último lançado pela banda. Ainda poderemos conferir grandes músicas de álbuns como o Kid A.
Que venha o Radiohead !

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

O bom garçom e o bebâdo

Bem vestido, terno de bom gosto, sapatos brilhando e o cabelo bem penteado. Assim entrava um homem no bar. Entrou com um jeito triste e foi direto ao balcão. Eu apenas o observava de maneira curiosa, do outro lado da rua.
De um segundo para o outro deixou de lado a vergonha, e começou a chorar. Chamava alguém para o atender. Dos fundos do bar, vinha correndo o garçom conhecido como Zé, ou Euzébio. O rapaz queria uma cerveja e ao mesmo tempo dizia que queria conversar e desabafar. Entrei no estabelecimento para acompanhar o que estava acontecendo.
O motivo dos prantos do homem chamado Roberto: sua mulher havia o trocado por outro. A cada gole da cerveja, falava aos soluços sobre sua ex. De dentro de sua bolsa, o inconformado tirou um cd do cantor Amado Batista e pediu mais uma cerveja , desta vez acompanhada de uma dose de caipirinha.
Enquanto as músicas rolavam de fundo, escutávamos mais mágoas. A bebida começava a fazer efeito, porém Zé continuava a consolar aquele que podia ser considerado mais uma bebado chato e inconveniente e mostrava também toda sua paciência e sua profissionalidade como um garçom de botequim de esquina.
Passados alguns minutos de melancolia, parecia que as coisas iriam se acalmar, mas no toca cds começava a sessão tristeza de Leandro e Leonardo, que abria com a música dor de amor não tem jeito. Roberto chorava feito uma criança novamente. Ele me olhou com os olhos totalmente marejados e disse: "Nunca se case garoto, o amor é traiçoeiro feito cascável". Palavras memoráveis ou não, elas se encaixariam perfeitamente em mais uma música sertaneja.
Na despedida, se encontravam no balcão seis garrafas de cerveja, alguns copos e também Roberto com a cabeça deitada. Zé pacientemente o carregou até uma mesa e lá ficou o embriagado dormindo. A relação bebum e garçom foi mantida. Como na música: garçom, aqui, nessa mesa de bar, você já cansou de escutar...